sábado, 26 de setembro de 2009

A mamona do Lula!

Hoje de manhã eu estava assistindo um programa local aqui de Salvador onde um carinha metido a mestre dá dicas para vestibulandos. Mais tarde eu falo sobre esse cara. Tinha uma professora falando sobre biocombustíveis e enquanto falavam de matérias primas para biodiesel, apareceu uma imagens de folhas de mamona; o diabo da mamona! Lembrei que no congresso da Sociedade de Bioquímica deste ano, várias pessoas me perguntaram em tom de afirmativa: "Biodiesel se faz de mamona, né?" Pois é, a resposta era sempre: não!
O governo Lula tem todos o mérito de alavancar o programa biodiesel (PNPB), de estimular a produção através da adição de biodiesel no diesel veicular (B2, 2% de biodiesel no diesel de petróleo; B3, etc) e de promover leilões de mercado futuro para financiar as indústrias produtoras. O problema é que, para participar dos leilões e vender o biodiesel, as empresas precisam ter um certificado denominado "Selo Combustível Social" que as empresas só recebem quando comprovam a compra de, pelo menos, 50% de sua matéria prima da agricultura familiar. Você pode dizer: "Ótimo incentivo à agricultura familiar". Bem, biodiesel é um combustível, como combustível deve ser um produto barato (menos de R$ 2,00 o litro). Óleos produzidos por agricultura familiar custam mais que isso. Óleo de mamona custa cerca de R$ 2,50 o litro. Como é possível se produzir 900 mL de biodiesel a R$ 2,00/L a partir de 1 litro de óleo de mamona que custou R$ 2,50 e ainda ter lucro? Adiciona-se a isso as incertezas tecnológicas relacionadas aos cultivos familiares: produção, qualidade, preço, confiabilidade, etc. Resultado, praticamente todas as indústrias brasileiras fazem biodiesel de soja, produzida em sistema agroindustrial, logo com preço muito mais baixo que qualquer matéria prima da agricultura familiar.
Não sei como as empresas de biodiesel conseguem o selo mas foi noticiado no jornal há alguns meses um escândalo (que como vários outros, não se ouve mais falar)de uma grande indústria de biodiesel que lançou no mercado uma tonelada (figurativo, foi muito mais que isso) de grãos de mamona "in natura", causando queda nos preços e revolta dos pequenos produtores. O que se especulou foi que a tal empresa adquiriu a mamona para garantir o selo mas fez, na verdade, o biodiesel de soja. Nesse caso, foi mais barato enganar o estado e revender a mamona "in natura" do que fazer biodiesel com ela.
Outro problema, mamona produz um tipo de óleo altamente viscoso. O biodiesel feito de mamona pura não se presta para uso automotivo. A alta viscosidade do biodiesel de mamona não permite que ele seja adicionado a mais de 10% no diesel de petróleo - alguns autores falam em 5%, no máximo.
Enquanto isso, as matrizes oleaginosas para produção de biodiesel no Brasil são, em Aprimeiro lugar soja, depois soja e, alternativamente, soja. Ah! esqueci, também se usa soja. O farelo de soja é a principal forma de conversão de proteína vegetal em proteína animal, através da produção de ração. O óleo é conveniente para alimentação humana. Logo biodiesel como ele é hoje colabora para o discurso dos pseudo-intelecto-ambientalóides de que biocombustíveis geram fome.
Há soluções. O incentivo que deve existir aos chamados biocombustíveis de segunda geração. Aqueles que, por uma série de motivos tecnológicos, não geram competição com a produção de alimentos. Mas se está difícil desmistificar o uso de mamona, quem dirá chegar à segunda geração.
Pra variar, a solução está na tecnologia. Processos de produção e cultivares de plantas oleaginosas que permitam a substituição da soja. Existem várias tecnologias quase prontas, aguardando o investimento necessário para iniciar a produção em médio, ou até mesmo curto, prazo. Espero que o país - e aí incluo governo e, principalmente, empresas - não aja novamente como "país do futuro" e faça os investimentos necessários para estes desenvolvimentos. Vamos ver.

Jiu-Jitsu e a Queda do Complexo

Hoje, como a maioria de vocês, tenho uma vida extremamente ocupada e estressante. Quase todos os meus amigos também têm. Muitos deles recorrem às soluções necessárias para amenizar os problemas psicológicos que as pessoas normais acumulam quando têm que lidar com chefes inseguros e grosseiros, colegas de trabalho incompetentes e desonestos, vizinhos mal educados, excesso de trabalho, etc. Entre essas soluções, estão, medicamentos, terapia, cerveja, um baseadinho de vez em quando; todas elas necessárias e relativamente eficientes. Eu mesmo sou adepto da cervejinha pra relaxar. Já estive em situações onde um medicamento, um profissional ou uma cachaçada pareciam inevitáveis mas a "terapia" que melhor funcionou, e ainda funciona, veio de onde muitas pessoas acham menos provável, da prática do Jiu-jitsu.
Quando era menino, li um livro do meu pai intitulado "Jiu-jitsu e a queda do complexo", escrito pelo Mestre Oswaldo Fadda. Nesse livro, Fadda dava exemplos de alunos e colegas que superaram diversos complexos com o estudo do Jiu-jitsu, eram fracos, inseguros, tímidos, deficientes físicos que ganharam confiança e autoestima para vencer seus principais inimigos, eles mesmos. Não vi mais esse livro desde que se perdeu da biblioteca do meu pai. Ainda procuro um exemplar nos sebos que visito. Aliás, quem souber de um exemplar em um sebo, por favor, me avise pois estou comprando. De qualquer forma, os ensinamentos que o livro trouxe puderam ser comprovados na prática alguns anos mais tarde.
Jiu-jitsu pra mim, hoje, é o motivo pelo qual eu não encho a cara toda sexta-feira, não tomo Rivotril e não vou ao terapeuta, nem parto pra cima da minha chefe ou de alguns colegas de trabalho. Jiu-jitsu é minha terapia, meu clonazepam, minha maconha. Através dele, aprendi a suportar a pressão do dia-a-dia. Incrivelmente, a pressão física pela qual o jiu-jitsu nos faz passar, faz parecer a pressão psicológica do mundo moderno mais leve; faz passar por situações adversas com calma, paciência e lógica; faz pensar com calma para sair de situações difíceis.
Com esse pensamento, agradeço a cada colega que me ajuda na academia, em cada treino, cada posição passada e, principalmente, ao Mestre Zeca, que faz a ponte entre mim esta Arte Suave, colaborando pro meu crescimento pessoal mentalmente sadio.
Osu! (Oss!)

domingo, 20 de setembro de 2009

Postagem de inauguração do Biotecnografia

 Caríssimos. Esta é a postagem de inauguração do meu blog BiotecnoGrafia http://biotecnografia.blogspot.com. Neste blog pretende discutir assuntos relevantes em Ciência e Tecnologia, além de dar e receber pitacos em análise gráfica para bolsa de valores. A princípio dois assuntos "nada a ver" mas estudando sobre técnicas e indicadores de análise gráfica para o mercado de ações, percebi que meus conhecimentos científicos poderiam ser utilizados também nessa área. Não entendo nada de economia e administração, por isso achei interessante uma forma de prever o comportamento do mercado financeiro apenas pela análise do comportamento prévio dos preços das ações. Algo a ver com "medo e ganância", segundo os especialistas.

 Espero contribuição dos meus amigos interessados em um desses assuntos mas também em outros, como fotografia, cinema, literatura, artes marciais e o que mais aparecer. Aguardo.