sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Freakonomics: um tapa no senso comum.


   Quando lancei este Blog, propondo unir assuntos como Biotecnologia e análise gráfica para bolsa de valores, muitos - inclusive eu mesmo - acharam temas díspares para serem tratados em conjunto. Na verdade, à época, o único ponto em comum que eu vi nestes dois assuntos era o fato de eu gostar dos dois.

   Depois que li Freakonomics, percebi que estes assuntos são mais relacionados que eu - e a maioria - supunha. Freakonomis significa algo como economia excêntrica, ou excentriconomia. Neste sensacional livro, os autores Steven Levitt e Stephen Dubner trazem à tona, com comentários excelentes e bem humorados, trabalhos em economia que provam - ou "desprovam" - pontos de vistas que aos olhos do senso comum - ou como foi traduzido, da sabedoria convencional - pareciam ser totalmente diferente ou desconhecidos. Foi a partir daí que conheci uma ciência extraordinária chamada Microeconomia. Ao contrário da Macroeconomia, que trata de assuntos monetários, financeiros, comerciais - inflação, juros, comércio exterior, etc - a Microeconomia estuda a relação entre acontecimentos cotidianos de nossas vidas e mundo. Através de ferramentas microeconômicas pode-se, por exemplo, estudar e prever as variações de comportamento de grupos sociais, fenômenos naturais e biológicos, etc. Assim como a Ecologia estuda as relações entre os homens e o meio, a Economia as mede matematicamente.

   Para quem não se tocou ainda, a variação de preços das ações da bolsa de valores é regida pelas relações de compra e venda executadas por seres humanos. Essas relações causam flutuações de preço baseadas em sentimentos, principalmente no medo e na ganância. A Microeconomia é responsável pelos cálculos e parâmetros que preveem este comportamento e, consequentemente, os valores das ações no mercado.

   Igualmente, diversas ferramentas estatísticas primordiais para as ciências biotecnológicas, são também fundamentais nas microeconômicas. A interseção que até eu mesmo buscava entre Biotecnologia e bolsa de valores está na Microeconomia. E graças a este livro, descobri isso. 

   Recomendo fortemente a leitura deste livro que traz estudos muito interessantes e curiosos que reforçam a teoria de que todos - absolutamente todos - agimos por força de incentivos - positivos e negativos. Estudos como os que mostram o que professores americanos e lutadores de Sumô têm em comum; corretores de imóveis e a Klu Klux Klan têm em comum; porque as pessoas trapaceiam - e todo mundo o faz. Enfim, uma leitura excelente pra quem gosta de ciência e quer, por isso mesmo, saber como entender o funcionamento das coisas. Abaixo o senso comum!

2 comentários:

  1. Caro Vitor
    Bacana seu Blog. Quanto ao seu comentário no meu Blog, agradeço e digo o seguinte. Já ouvi previsões da bolsa bater 80 mil, talvez 75 mil seja um número lógico, mas acho que é muito pouco, com os dados de hoje seria 15% +ou-. Como não tem lógica este mercado, em uma análise minha conjuntural do país e do mundo acredito que possa chegar além destas previsões. 100 mil? é emblemático este patamar.
    Um livro bacana que acabo de ler e mostra a irracionalidade do mercado e outras coisas interessantes é o Ascensão do dinheiro de Niall Ferguson, pode ler que vai gostar.
    Quando ao Freakonomics, considerando esta postagem, vou ver se leio. Quando lançaram achei o tema meio insensato, mas vamos ver.

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  2. Se tem uma coisa que me irrita é o senso comum, ou o que Levitt chama de "sabedoria convencional". É quando as pessoas usam de frases tais como "TODO MUNDO sabe disso" ou "NINGUÉM faz assim" e coisas do gênero. É gente do tipo "não sei nem quero saber" porque dá muito trabalho se inteirar das coisas e buscar informação relevante antes de dar palpite sobre aquilo que não se tem conhecimento.
    Esse livro, e tb o que lhe deu sequência (Superfreakonomics) deram uma lavada em minha alma, desde que li a resenha sobre o último na revista Veja, pois foi ótimo perceber que outras pessoas no mundo também se questionam sobre coisas "estranhas" do nosso cotidiano, mas ao contrário do que faz a maioria das pessoas, busca informação consistente pra tentar encontrar respostas pra tantas perguntas que nos fazemos dia após dia.
    Conhecimento nunca é demais, é sempre de menos, e por isso é tão bom que ainda haja no mundo pessoas curiosas e sedentas de informação. Do jeito que andam os meios de comunicação e a qualidade de programas que se vê na TV tem-se a impressão que pessoas assim estão em extinção e que o que grassa por aí são exaltadores da ignorância geral. Mas felizmente, sempre aparece gente como Levitt, Dubner e , porque não dizer, Moreau, pra nos mostrar que nem tudo está perdido...

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